Para muitas mães de primeira viagem, o momento de alimentar o recém-nascido traz um misto de emoção e dúvida. O início do aleitamento costuma ser retratado como natural. Mas, às vezes, a experiência real vem acompanhada de sensações inesperadas. Afinal, nem sempre tudo flui com tranquilidade. A verdade é que sentir dor não precisa fazer parte dessa fase.
Você, que chegou até aqui buscando informações, merece acolhimento e orientações práticas. E é justamente sobre isso que tratamos neste artigo, inspirado no universo do Primeira Maternidade: orientar mães para uma experiência de alimentação mais confortável, segura e confiante, sem sofrimento desnecessário.
Entendendo a causa do desconforto
Se for possível dar só um conselho para quem inicia o aleitamento, talvez seja: não ignore a dor. Ela pode ser um sinal de que há algo a ajustar. Algumas mães sentem sensibilidade logo no início, mas desconforto persistente, rachaduras ou lesões não são obrigatórios.
De acordo com o Ministério da Saúde, o motivo mais comum são problemas na posição ou pega do bebê. A criança precisa abocanhar não só o mamilo, mas boa parte da aréola, formando um 'selinho' ao redor do seio.
Sentir dor não deve ser parte da rotina de alimentar o bebê.
- Pega incompleta
- Boca mal posicionada
- Uso incorreto de acessórios
- Fissuras nos mamilos
- Descanso e hidratação insuficientes
Estes fatores estão entre os mais relatados por mães brasileiras e podem ser ajustados com algumas atitudes simples, como veremos a seguir.
Preparando o momento: ambiente e bem-estar
Quanto mais tranquila e acolhida a pessoa se sente, melhor o leite flui. Inclusive, o próprio leite materno possui endorfinas que ajudam a aliviar dor, não só para o bebê, mas também para a mãe durante o processo (Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro).
Então, antes mesmo de colocar o bebê ao peito, reserve alguns minutos para cuidar do ambiente:
- Procure um local confortável, ventilado e, se possível, silencioso.
- Tenha água por perto – a sede costuma aparecer rápido.
- Utilize almofadas para apoiar braços e costas.
- Mantinha ou paninho pode ajudar caso haja vazamentos.
Pode parecer detalhe, mas esse cuidado faz diferença. Quando tudo está à mão, o momento do aleitamento passa a ser mais leve – tanto para você quanto para o bebê.
As melhores posições para cada mãe e bebê
A posição correta é o primeiro passo para que a mamada seja tranquila. E não existe só uma forma certa! O mais importante é que ambos estejam confortáveis e que o bebê consiga abocanhar boa parte da aréola.
Reforçando o que traz a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, as mães podem amamentar sentadas ou deitadas. Escolher o jeito mais relaxante é fundamental, inclusive nas madrugadas, quando o cansaço pesa e o perigo de dormir durante a mamada é real.
Posição tradicional (barriga com barriga): Com a mãe sentada, o bebê de lado, barriga colada à barriga da mãe. Cabeça apoiada no braço, com alinhamento entre boca e mamilo.- Deitada (lado a lado): Útil para o descanso da mãe. Ambos deitados de lado, cara a cara, facilitando sessões noturnas.
- Cavalinho: Indicado para bebês com refluxo ou para mães que passaram por cesariana. O bebê fica sentado de frente para a mãe, apoiado na perna.
- Pegada invertida: Mão oposta à mama segura a cabeça do bebê, ajudando em casos de prematuros.
O melhor jeito é aquele em que mãe e bebê se sentem aconchegados.
Técnicas simples: começando pela pega correta
Você já deve ter ouvido que a pega é a chave de tudo. Mas, afinal, como saber se o bebê está abocanhando corretamente?
Dicas práticas para perceber a pega ideal:
- O queixo do bebê toca a mama.
- Boca bem aberta, lábio inferior virado para fora.
- Mais aréola visível acima da boca do bebê do que abaixo.
- Bochechas arredondadas durante a sucção. Se ficarem encovadas, é sinal de ajuste necessário, conforme alerta o Portal Linhas de Cuidado.
- Sucção lenta e profunda – é possível ouvir o ato de engolir.
Se a mamada dói ou causa fissuras, pare, posicione novamente e tente de novo. Não precisa se culpar ou forçar a barra.
Use a mão em forma de “C”: Segure a mama com a mão, longe da aréola, para que o mamilo fique livre. Isso direciona o bebê e melhora o encaixe.- Toque o nariz ou o lábio superior do bebê na aréola: Isso incentiva o reflexo de abrir a boca para pegar bem o seio.
- Espere a boca estar bem aberta: Só aproxime quando a boquinha formar um “O” grande.
Bochechas arredondadas são sinal de sucção boa e menos dor.
Cuidados diários com os seios
Já ouviu aquele conselho de passar leite materno nos mamilos? Ele faz sentido. O leite possui propriedades naturais que ajudam na cicatrização. Se notar áreas avermelhadas ou fissuras, borrife um pouco de leite no final da mamada e deixe secar ao ar livre.
Dicas que podem fazer diferença no seu cuidado cotidiano:
- Lavar apenas com água durante o banho – sabonetes podem ressecar.
- Evitar uso de pomadas, cremes ou produtos sem prescrição.
- Deixar os mamilos arejados sempre que possível.
- Trocar protetores de seios descartáveis com frequência, caso use.
- Cuidar da própria hidratação: beba líquidos ao longo do dia.
Esses tópicos também aparecem no material educativo do Curso UNA‑SUS, lembrando que eventuais dores podem indicar técnica inadequada e devem ser avaliadas e ajustadas.
Alternativas para aliviar o incômodo imediato
Se surgir dor de repente, há dicas simples e que fazem diferença:
- Coloque compressas frias após a mamada (sem contato direto com a pele – envolva em um tecido limpo).
- Alterne as mamas a cada mamada, mas não interrompa antes do bebê terminar de esvaziar uma delas.
- Se a mama estiver muito cheia antes do bebê mamar, retire um pouco de leite manualmente para amolecer e facilitar a pega.
- Evite puxar o bebê de repente ao final: insira o dedo mindinho no canto da boca e só então retire o bebê, evitando machucar o mamilo.
Retirar o bebê do peito sem dor faz toda diferença para o próximo ciclo.
Por falar nisso, é bastante comum o pequeno soltar o peito sozinho ao final da mamada. Se não soltar, faça essa pequena manobra e evite machucados.
O poder do apoio: ninguém amamenta sozinha
Muitas mães sentem vergonha ou pensam que são as únicas a ter desafios nessa fase. Mas a verdade é que dúvidas e obstáculos são universais. O apoio familiar, da rede de saúde e de outras mães pode transformar completamente a experiência.
Procure grupos de acolhimento, converse com o pediatra, tenha uma rede de confiança ao seu redor. Inclusive, o Ministério da Saúde reforça a importância de buscar orientação sempre que houver dúvidas sobre técnicas de alimentação do bebê.
Quando vale pedir ajuda?
Alguns sinais mostram que é momento de buscar acompanhamento especializado:
- Dor intensa ou persistente que não melhora após correções.
- Fissuras profundas, sangramento ou infecção no seio.
- Bebê não ganha peso ou parece insatisfeito mesmo após várias mamadas.
- Dificuldade para esvaziar a mama ou sensação de endurecimento local.
Procure um posto de saúde ou converse com profissionais preparados para apoiar a mãe e o bebê. Nunca ache que buscar ajuda é fraqueza – pelo contrário!
Equilíbrio e autocuidado: seu bem-estar importa
Cuidar do bebê muitas vezes significa se colocar em segundo plano. Só que, para alimentar com carinho e disponibilidade, é preciso também se cuidar. Pausas para hidratar, para lanchar, para descansar são tão parte da rotina quanto a mamada.
Se você sente exaustão, ansiedade ou tristeza persistente, converse com alguém de confiança. O projeto Primeira Maternidade acredita que mães acolhidas cuidam melhor de seus bebês. E isso vale para você.
Você merece cuidado, afeto e apoio – para amamentar e para viver a maternidade que sonhou.
O projeto Primeira Maternidade acompanha cada etapa
Se você chegou até aqui buscando respostas, saiba que não está sozinha. O Primeira Maternidade nasceu para ajudar mães de primeira viagem a passarem por essa fase com mais leveza e menos culpa. Os conteúdos tratam desde as técnicas mais suaves de alimentação até o acolhimento emocional necessário para que mães vivam plenamente o amor de cuidar.
Nosso convite? Continue conosco. Leia, compartilhe, peça ajuda quando sentir necessidade – e lembre: uma mãe confiante transforma o mundo de seu filho.
Conclusão
Amamentar pode, sim, ser uma experiência sem dor, acolhedora e fortalecedora. Posições confortáveis, pega correta, ambiente agradável, autocuidado e apoio são os seus aliados do dia a dia. Lembre: ajustes pequenos já fazem diferença enorme em como você e o bebê vivem esse início de jornada. Se persistirem dificuldades, procure orientações sem medo – faz parte do processo aprender e ajustar.
Deseja ainda mais dicas, apoio e informação para toda sua jornada materna? Conheça melhor o projeto Primeira Maternidade e redescubra como cada etapa pode ser mais feliz, tranquila e cheia de amor.
Perguntas frequentes sobre amamentação sem dor
O que causa dor ao amamentar?
A dor ao alimentar geralmente vem de problemas na pega ou na posição do bebê. Se o pequeno não consegue abocanhar corretamente a aréola, ou se a boca está pouco aberta, o mamilo acaba sendo “puxado”, levando a machucados, rachaduras e até sangramento. Outras causas incluem o uso de cremes inadequados, infecções como candidíase e mamilos ressecados. A orientação do Ministério da Saúde reforça: ao perceber sinais de dor, ajuste a pega e busque atendimento profissional se necessário.
Como evitar rachaduras nos mamilos?
Para evitar rachaduras, é fundamental garantir que o bebê faça a pega correta, abocanhando boa parte da aréola e não apenas o mamilo. Lave as mamas apenas com água, evite sabonetes fortes e mantenha os seios arejados. Aplicar um pouco de leite materno ao final da mamada ajuda na cicatrização e proteção. Sempre que sentir dor, verifique a técnica. E, em caso de fissuras persistentes, procure acompanhamento em uma unidade de saúde.
Quais são as melhores posições para amamentar?
Não existe só uma maneira boa. O ideal é o que traz conforto à mãe e segurança ao bebê. Entre as posições mais usadas: sentada tradicional, deitada lado a lado, “cavalinho” (bebê sentado de frente para a mãe) e pega invertida. O uso de almofadas para apoio e ambiente tranquilo também interferem bastante no bem-estar e sucesso da mamada. Detalhes completos sobre posições podem ser conferidos na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Quando procurar ajuda ao amamentar?
Procure orientação profissional sempre que a dor for intensa ou persistente, quando surgirem fissuras profundas e sangramentos, ou ainda, se o bebê não ganha peso. Outros motivos incluem sensação de mama endurecida, sinais de infecção (como febre, vermelhidão intensa ou pus) e dificuldades para pegar o peito repetidas vezes. Nunca pense que pedir ajuda é sinal de fracasso; pelo contrário, é um ato de cuidado.
É normal sentir dor no início da amamentação?
Uma sensibilidade leve é aceitável nos primeiros dias, pois o corpo está se adaptando. Mas dor forte, fissuras e desconforto que impedem o aleitamento não são normais e indicam necessidade de ajuste na pega ou posição. Persistindo o incômodo, ajuste a técnica e procure um profissional de saúde. Materiais educativos reforçam: o aleitamento deve ser um momento de conforto, vínculo e aconchego, não de sofrimento.

Você merece cuidado, afeto e apoio – para amamentar e para viver a maternidade que sonhou.